quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

JULGAMENTO DE LULA: O MUNDO DE OLHO NA JUSTIÇA BRASILEIRA

Depois do duro editorial do The New York Times contra a lisura dos métodos, motivos e procedimentos no processo de Lula, bem como uma alegada parcialidade do juízo de 1a Instância, intitulado “Com o Julgamento de Lula, Democracia Brasileira Está à Beira do Abismo” (Veja aqui: https://br.sputniknews.com/amp/brasil/2018012310346578-nyt-lula-julgamento-democracia/), o texto de Herta Däubler-Gmelin, ex-ministra da Justiça da República Federal da Alemanha, publicado hoje pelo El País, com o título “A Luta do Judiciário Brasileiro Contra a Esquerda”, deveria nos servir pelo menos de alerta sobre o que de fato está acontecendo no Poder Judiciário Brasil, sobretudo no que se refere a um Direito Penal "inovador" inaugurado pela chamada "República de Curitiba" (Acesse aqui:https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/24/opinion/1516752475_259520.html?id_externo_rsoc=FB_CC).

Importante lembrar que o advogado da Comissão de Direitos Humanos da ONU, o britânico Geoffrey Robertson, foi autorizado e estará também presente no julgamento de hoje (24/01/18) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), observando o padrão dos fundamentos dos votos em face dos Direitos Humanos, do Devido Processo Legal e dos princípios balizadores do Estado Democrático de Direito (Acesse aqui: https://noticias.r7.com/brasil/justica-autoriza-representante-de-lula-na-onu-a-assistir-a-julgamento-19012018?amp).

Observadores internacionais não estão entranhados no emaranhado do jogo de poder e de vaidades da política e da justiça brasileira, nem estão na arquibancada do fla x flu Lula/anti-Lula a que se reduziu o debate político no Brasil. Ouvi-los é prudente - a não ser que se considere estarem todos cooptados, da França a Alemanha, dos EUA a Inglaterra, pela "retórica esquerdopata" tupiniquim.

Tanto o editorial quanto o texto são muito contundentes, falam no mesmo sentido, concluem a mesma coisa e merecem, pelo menos por amor ao debate, serem lidos e debatidos objetivamente nos termos das alegações que fazem.

Talvez seja esse o momento propício para dar ouvidos ao que nos diz Saramago:  “É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós.”

Isaac Luna

Imagem capturada em: http://www.luzdegaia.net/outros/diversos/seja_um_observador.html

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