sábado, 1 de janeiro de 2022

O QUE ESPERAR DA DISPUTA PRESIDENCIAL EM 22?

 O cenário ainda está aberto, com poucos consensos entre os analistas. Talvez a única convergência das análises seja a de que o ex-presidente Lula estará no 2o turno da disputa presidencial. Porém, sobre se reunirá as condições para vencer a eleição no 1o turno não há consenso.

Uma outra avaliação convergente entre os analistas é a de que o presidente Bolsonaro enfrentará dificuldades para recuperar a popularidade. O governo tem 6 meses para apresentar números melhores na economia e turbinar programas sociais, principalmente os de transferência de renda, para garantir a competitividade do presidente no escrutínio, conquistando eleitores para além da sua base de apoio mais fiel. Se conseguirá ou não realizar essa operação, e mesmo se o presidente pode abdicar da sua candidatura, não há consenso.

No campo da dita 3a via, Moro estreou bem posicionado nas pesquisas, mas não tem apresentado potencial de crescimento que o leve a casa dos 20 pontos percentuais e o coloque como competidor capaz de superar os dois principais nomes da corrida presidencial.


Ciro foi o concorrente mais afetado com a entrada de Moro na disputa, perdendo apoio para o ex-juiz de parte dos eleitores nem-nem, principalmente entre os adoradores da operação lava jato. Outra questão que implica a candidatura de Ciro é a pressão de parte do PDT pela renúncia da sua candidatura: há o receio de que não está no palanque de Lula em alguns estados possa trazer dificuldade para a eleição dos deputados e senadores do partido, comprometendo a formação de uma bancada politicamente relevante dos pedetistas nos assembleias legislativas e no congresso nacional. A articulação da confederação partidária entre siglas da esquerda (falarei mais sobre isso em outra análise) também traz um tempero mais apimentado para essa questão. O fato é que Ciro precisa recuperar o posto de principal nome da 3a via para consolidar a sua candidatura. 



Em um cenário hipotético de não candidatura do presidente Bolsonaro, tudo muda: o jogo ainda está aberto, inclusive para outros nomes que não figuram agora no pelotão de elite dos competidores.


Ao fim e ao cabo, 22 começa com poucos consensos analíticos e muitas possibilidades no tabuleiro. O movimento dos jogadores no xadrez eleitoral dos próximos meses pode confirmar tendências ou dar novos ares ao jogo.

Observemos com atenção!