Eleições presidenciais tendem a ser estruturadas a partir da construção de narrativas que conquistem a simpatia, a empatia e a confiança das pessoas.
Tais narrativas seguem uma lógica, geralmente orientada pelas seguintes “teses chaves” implícitas nos discursos para disparar o gatilho mental e a emoção do eleitor:
A) esperanças de um futuro melhor: mais comum no caso das “novidades”, dos outsides e candidatos anti-sistema, que buscam convencer o eleitor de que são diferentes de todos que já governaram e de que podem fazer melhor (Luciano Hulk, Bolsonaro, João Amoedo, Guilherme Boulos, Marina...);
B) necessidade de manutenção das condições favoráveis do presente: Governo, no caso de reeleição, ou candidato apoiado pelo governo procuram convencer o eleitorado de que as coisas estão no rumo certo e de que a mudança poderia interromper o ciclo virtuoso vivido e comprometer as conquistas já alcançadas (Temer, Henrique Meireles, Rodrigo Maia, Geraldo Alckmin, etc...);
C) possibilidade de retorno a um passado positivo e saudoso (o futuro pode ser como já foi no passado): discurso de quem um dia já foi governo e busca convencer o eleitorado de que é possível voltar aos bons tempos, que sabe como fazer porque já fez (Lula ou o candidato do lulismo - Haddad, Jacques Wagner, Ciro, Manuela D’Avila, etc...).
Uma dessas narrativas prevalecerá em outubro e elegerá o(a) novo(a) presidente da república.
Faltam pouco menos de 9 meses para eleição, o grupo que está no governo tem que ter muita habilidade para emplacar uma narrativa positiva de convencimento das benesses da sua atuação e da necessidade da sua permanência. Isso, porém, já está em curso, com o fies sendo restabelecido com juro zero, inicialmente. Até a eleição os preços públicos, principalmente gasolina, gás de cozinha e energia elétrica, podem despencar (os inacreditáveis aumentos de agora, tensionando os seus preços ao limite, são para criar a gordura necessária para o deságio na “reta final”).
Deverá haver também uma grande desoneração da cadeia produtiva e distributiva dos gêneros alimentícios, o que tenderá a reduzir bastante o preço da cesta básica. Se essa leitura tiver alguma valia. chagaremos nos meses que antecedem a isa da população as urnas com gasolina barata, gás barato, energia barato e comida barata.
O “pacote de bondades” em ano eleitoral já é uma constante da política brasileira; se ele terá capacidade de fundamentar a narrativa de manutenção do governo, só o desenrolar dos acontecimentos dirá. Com os atuais índices de popularidade do governo, não será fácil, embora, como nos mostra a história, não seja impossível!
Há, sem dúvida, outras variáveis que atuarão na consolidação da estratégia e discurso que conquistará mais eleitores, mas sem desprezar os elementos aqui introdutória e simploriamente apontados.
A política, com sua dinâmica e seus 'enigmas', instiga o pesquisador social na construção de possibilidades e cenários.
É esperar pra ver!
Isaac Luna
Nenhum comentário:
Postar um comentário