sábado, 4 de março de 2017

A "PMDBZAÇÃO" DA POLÍTICA BRASILEIRA: CHANTAGEM E AMEAÇA COMO MÉTODO

Está circulando nas redes sociais um post publicado pela própria página oficial do PMDB no qual o partido vaticina em tom ameaçador: "Se a reforma da Previdência não sair: Tchau, Bolsa Família; Adeus, Fies; Sem novas estradas; Acabam os programas sociais". 

Na prática, o que o partido de Michael Temer, Eliseu Padilha, Romero Jucá e companhia está dizendo é: o que vocês preferem a miséria na joventude ou a miséria quando idosos? Preferem abrir mão de uma parte dos seus direitos de cidadania agora ou daqui há 40 anos?

Nunca é demais lembrar que pela proposta do governo a idade mínima da aposentadoria para homens e mulheres passa a ser de 65 anos, estabelecendo também o tempo mínimo de contribuição em 49 anos. 

Na prática isso significa que com 65 anos se aposentará que começou a trabalhar e contribuir para a previdência com 16 anos; se você começou apenas com 18 anos, se aposentará aos 67, se aos 21, só verá a cor da aposentadoria aos 70 anos.

A postagem assume caráter de chantagem, pois coloca a faca no pescoço do jovem universitário que depende do Fies, do trabalhador que se qualifica pelo Pronatec, da mãe que alimenta os filhos com o auxílio do Bolsa-Familia, do agricultor que depende do Pronaf, e de muitas outras pessoas que precisam dos programas de proteção social para garantirem o mínimo de dignidade.

O cenário já tinha sido traçado por Marcos Nobre, professor livre-docente de filosofia da Unicamp e pesquisador 1-B do CNPq, que ao lançar em 2013 o livro ‪"Imobilismo em movimento‬: ‪da abertura democrática ao governo Dilma", já chamava a atenção para o que chamava de "Pmdbsmo" ou Pmdbzação" da polícia. O termo não se refere necessariamente a um partido, mas uma lógica, um método de fazer política baseado em negociações de bastidores, formação de maiorias instrumentais ou pragmáticas cuja função não é defender nenhuma tese ou aprovar qualquer projeto, mas simplesmente como forma de bloquear o governo que cede as suas pressões por ocupação de espaços de poder.‬

‪Não se trata na análise dessa circunstância de ser "coxinha" ou "petralha", mas unicamente de ter capacidade crítica suficiente para perceber do que são capazes governos não eleitos pelo voto popular, e portanto não comprometidos com as causas mais elementares da população.‬
‪E você, o que pensa sobre isso?‬

Isaac Luna

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